15/01/2010

Como um passarinho....

Perdi hoje uma tia-avó.
A Ti'Etelvina.
Tinha 90 anos e estava acamada há talvez seis. Há cerca de uma semana o médico que a assistia avisou a família de que o fim se aproximava. A passos largos.

Não éramos muito próximas, até porque ela viveu sempre longe de nós, mas eu gostava muito dela. E da história dela. Da história de vida dela e de tantas outras que ela contava sempre.

Solteira - como outras duas irmãs do meu avô - foi criada toda a vida. Não empregada doméstica. Criada mesmo. Daquelas pessoas que vivem para cuidar dos patrões (no caso dela, do senhor doutor e, depois da morte dele, da filha, a doutora X), que vivem a vida deles como se fosse a delas...
Só vinha a casa (a casa onde viviam as outras duas irmãs) nas férias. Quando vinha trazia-nos roupas e outros objectos que a senhora doutora nos mandava. Coisas que já não queria, mas que estavam sempre em excelente estado. Eu adorava!
Entretanto a mais velha das três faleceu, e esta tia veio definitivamente para casa, para fazer companhia à irmã. Ela já tinha alguma idade quando veio, e tinha problemas de saúde, mas penso que foi a tristeza pelo afastamento dos "doutores" que a lançou definitivamente na cama. A cama onde veio a falecer, hoje de manhã, depois das funcionárias do centro de dia local que a assistem lhe terem dado banho.
Dizem que morreu como um passarinho.

Sem comentários:

Enviar um comentário