18/11/2009

Viciada?

Daqui a nada tenho uma consulta no centro de saúde. Vou pedir à minha médica de família que me volte a receitar os medicamentos que ando a tomar há cerca de mês e meio - um calmante e um antidepressivo.
A dose é baixa - apenas um comprimido de cada ao pequeno almoço - mas tem-me feito bem. Ando mais calma, as situações desagradáveis não me afectam tão intensamente como era habitual, sinto-me melhor comigo mesma e com os outros, já não tenho pensamentos auto-destrutivos...
A verdade é que sou outra quando tomo este tipo de medicação. Uma pessoa melhor, mais positiva, com mais esperança no futuro. Sei-o, porque não é a primeira vez que faço este tipo de tratamentos. Pelo contrário, faço-o quase todos os anos e, pasme-se, invariavelmente nos meses que vão do outono à primavera.
Sinto-me tão melhor com estes medicamentos, que tenho medo que a médica mos retire. Que ache que já não se justifique continuar a tomá-los. Gostava de continuar a medicação pelo menos durante mais 2,3 meses. Será pedir muito?
Há quem considere que sou viciada. Não dependente. Mas viciada, como se, para mim, a felicidade fosse ingerível numa cápsula de fluoxetina. E tenho dúvidas se, no meu íntimo, não penso mesmo assim. Mas o que importa isso? Só me importa que me sinto melhor... e quero continuar a sentir-me assim.

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